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quarta-feira, 24 de junho de 2009

Epe



Faço espaço
e subtraio migalhas
do tempo,
para ver o crepúculo
morrer
e a aurora nascer,
conosco

Vejo-lhe mesmo
onde não está
e faço com os
olhos distantes...

E você persiste em
mim em tudo que faço,
mesmo em minha escassez
de espaço

O florir das cores
na primavera em todos
os lugares é bonito
mas a estação das flores
em você é linda
nela há o desabrochar
do amor

Ouvir suas palavras
é o mesmo que sonhar
com o gorjear do rouxinol
livre no campo

Compartilhar do seu amor
é como contemplar uma vaga
que toma corpo no azul do
horizonte
e dança sobre o mar verde sujo
e descansa na praia
sem se fracionar

E ao seu lado, não vejo o
caminhar do progresso,
e nem ouço a queda das
cinzas das horas ...


( Homenagem ao autor João Abel dos Santos )

quinta-feira, 11 de junho de 2009

ANDEP


A Rosa à toa se desfolha

Se ninguém a ama e não molha

E você também é carente de amor

Como da chuva precisa a flor



Não é como uma pedra fria, inanimada

É uma mulher cheia de vida

Sempre olha as linhas do horizonte

Igual a margarida que precisa ser amada



Eu queria ser como a luz do dia que lhe ilumina

E como a fé que a mantém sorrindo e a anima

E como os raios do sol, que entram pela janela
E despertam-na para o amor



Meu coração hoje bate forte

Não penetra nas areias movediças da vida

Ouve a música do vento

E nele cessou o sofrimento



Você alimenta os olhos do coração

E cuida do coração dos olhos

Dá visão e melodia à canção

E canção e música a vida



Eu queria ser indiscreto como o vento

Que alheio à censura levanta-lhe a saia

E depois deixa que a névoa do inverno caia ...



(Homenagem a João Abel dos Santos, autor deste poema)