
Faço espaço
e subtraio migalhas
do tempo,
para ver o crepúculo
morrer
e a aurora nascer,
conosco
Vejo-lhe mesmo
onde não está
e faço com os
olhos distantes...
E você persiste em
mim em tudo que faço,
mesmo em minha escassez
de espaço
O florir das cores
na primavera em todos
os lugares é bonito
mas a estação das flores
em você é linda
nela há o desabrochar
do amor
Ouvir suas palavras
é o mesmo que sonhar
com o gorjear do rouxinol
livre no campo
Compartilhar do seu amor
é como contemplar uma vaga
que toma corpo no azul do
horizonte
e dança sobre o mar verde sujo
e descansa na praia
sem se fracionar
E ao seu lado, não vejo o
caminhar do progresso,
e nem ouço a queda das
cinzas das horas ...
( Homenagem ao autor João Abel dos Santos )